O bombardeio midiático: lições da eleição no Peru

Por Martín Granovsky

, por Carta Maior

Assim como aconteceu com os oito anos do governo Lula e com a eleição vitoriosa de Dilma Rousseff, no Peru, a maioria dos grandes meios de comunicação promoveu um pesado bombardeio contra a candidatura de Ollanta Humala, que acabou vitoriosa. O grupo El Comercio liderou o ataque contra Humalla. Nas palavras de um historiador peruano, “o desempenho do El Comercio merece uma menção especial, pelo seu esforço homérico em destruir sua própria credibilidade”. Como ocorreu no Brasil, a grande mídia peruana acabou derrotada pela realidade, no caso uma vontade de mudança que se tornou majoritária no país. O artigo é de Martín Granovsky, do Página/12.

Se acontece mais de uma vez, não deve ser casualidade. E aconteceu. Ollanta Humala ganhou o segundo turno apesar do ataque virulento do El Comercio, o grupo midiático que domina o mercado do Peru. O fenômeno repete o que ocorreu nas últimas eleições presidenciais sul-americanas, vencidas pela brasileira Dilma Rousseff, em outubro último, com 54% dos votos.

O grupo El Comercio, da família Miró Quesada, controla o jornal do mesmo nome. Foi fundado no século XIX como La Nación, tem o peso empresarial do grupo Clarín e dispõe da capacidade articuladora de interesses que, juntos, ambos representam. Também é co-proprietário da TV Peru, que por sua vez controla a Plural TV, que por sua vez controla a Companhia Peruana de Radiodifusão e Produtora Peruana de Informação (Canal N). Além do jornal El Comercio, o grupo é dono de outros três, Trome, Peru.21 e Gestão, e das revistas Somos, Ruedas y Tuercas, e PC World.

Foi daí que partiu o bombardeio massivo (“cargamontón”, como se diz no Peru) contra Humala e a defesa de Keiko Fujimori.

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