Que tal mudarmos a economia?

Carta Capital

, por DANIEL Paulo

Falar de processos em curso é sempre arriscado. Mas o risco é muito maior quando nos propomos a excogitar sobre as consequências de um processo como este – a crise econômica global –, cuja característica mais notável é a ocorrência de deslocamentos bruscos, de intensidade máxima que tornam difíceis, ou mesmo ociosas, quaisquer tentativas de projeção.

Ora, se a crise está em curso e se o seu ritmo e contornos permanecem indefinidos, como falar em consequências da crise? Não há como responder de forma cabal a essa pergunta, mas podemos tomar algumas precauções, a fim de minimizar o risco do empreendimento.

A primeira coisa a fazer, nos parece, é observar os acontecimentos da conjuntura em perspectiva de longo prazo. A segunda providência útil é distinguir as consequências diretas (o impacto imediato da crise no comportamento em nossas economias, particularmente, latino americanas) das consequências indiretas (efeitos encadeados, nos quais economia e política se combinam de forma indissociável). Leia mais