O avanço das monoculturas de árvores em Moçambique. Impactos sobre as comunidades camponesas na província de Niassa

Coleção do WRN sobre as plantações n° 14

, por WRM

Esta publicação é resultado de uma visita realizada a Moçambique, em novembro de 2009, por
dois ativistas1 envolvidos na luta contra as monoculturas de árvores no estado do Espírito Santo,
no Brasil. A visita foi promovida pelo Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais (WRM) e
teve o objetivo de intercambiar experiências sobre os impactos das monoculturas de árvores em
larga escala.
O Brasil tem bastante conhecimento nessa área, pois o plantio e a expansão dessa monocultura
ocorrem há mais de 40 anos nesse país. Ao mesmo tempo, houve a realização de várias lutas
e formas de articulação e resistência por parte das comunidades impactadas e organizações de
apoio, resultando na formação, há cerca de 10 anos, da Rede Alerta contra o Deserto Verde.
Nos últimos anos, o WRM tem recebido sinais de que monoculturas de árvores estavam
expandindo-se em Moçambique. Tendo em vista que Brasil e Moçambique falam a mesma
língua oficial, surgiu a idéia de promover um intercâmbio entre os dois países com o objetivo de:
 intercambiar experiências sobre os impactos dos monocultivos entre as comunidades afetadas;
 compreender melhor a situação da implantação e expansão das monoculturas de árvores em
Moçambique, e;
 identificar organizações que trabalham e sejam interessadas pelo tema.
A visita não teria sido possível sem a valiosa ajuda dos companheir@s da UNAC - União
Nacional de Camponeses, de Moçambique; e da UCA - União dos Camponeses e Associações
de Lichinga, que se prontificaram para receber e acompanhar a delegação e organizar as visitas
às comunidades. Também agradecemos o apoio dado a esta iniciativa pela Via Campesina Brasil.