São chilenos, cerca de trinta. Estão privados de liberdade e em ameaça constante de morte. Não são os mineradores bloqueados na mina situada ao norte do Chile, cujo drama a mídia relata. São os “PPM” — os “presos políticos mapuches”, como eles próprios se definem –, em greve de fome desde 12 de julho na penitenciaria do sul do país.
O Chile não está disposto a reconhecer sua composição multicultural e deixa pouco espaço de expressão a seus oito povos indígenas. A convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), único acordo internacional relativo aos povos indígenas, só entrou em vigor em setembro de 2009. Michèle Bachelet, presidenta do país entre 2006 e 2010, prometeu cumpri-la em sua campanha, mas esqueceu uma outra: a de não continuar aplicando a legislação antiterrorista aos ativistas mapuches. Na véspera dos três julgamento sobre seu cargo, os PPM lançaram o mais importante movimento coletivo de greve de fome que o pais já conheceu. Eles denunciam a insistencia de autoridades em qualificar como “terroristas” (1) práticas comuns no resto do continente – ocupações de latifúndios ou propriedades de empresas, por grupos étnicos empobrecido (2). Leia mais