Fertilizantes químicos, nova ameaça ambiental

Por José Eli da Veiga

, por Página 22

Uso irresponsável do Nitrogênio, um mineral cuja síntese multiplicou produtividade agrícola, está criando “zonas mortas” globais, que já equivalem à superfície do Reino Unido

É estranho que mereça tão pouco espaço na mídia uma das três principais ameaças à sustentabilidade global, em tudo semelhante à concentração de carbono na atmosfera: o imenso volume de nitrogênio que a fertilização química dos solos remete aos cursos d’água, e que acaba criando “zonas mortas” nos ambientes marítimos e oceânicos. Contribuindo também para o aquecimento global e para a erosão da biodiversidade, essa gigantesca catarata de azoto completa o trio de problemas para os quais já há evidência científica de que fronteiras ecológicas já foram realmente ultrapassadas.

Qualquer pessoa com conhecimento histórico, mesmo que elementar, sabe da importância decisiva que teve para o extraordinário progresso material da humanidade dos últimos 150 anos o avanço tecnológico que viabilizou a utilização do trio fóssil de energias formado por carvão, petróleo e gás. Em contraste, mesmo pessoas cultas e muito bem informadas sofrem de verdadeira amnésia sobre a mais decisiva das inovações tecnológicas que contrariaram a lúgubre previsão de Thomas Malthus (1766-1834) sobre a escassez relativa de alimentos como principal fator limitante da expansão demográfica.

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