Nos últimos anos, o Brasil vem desenvolvendo dois grandes programas de produção de agrocombustíveis para substituição de petróleo. O país é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, matéria prima do etanol, e almeja ultrapassar a segunda posição na produção de soja, utilizada na composição do biodiesel.
“A liderança absoluta no mercado mundial de agrocombustíveis nas próximas décadas é um objetivo que vem sendo perseguido. Os elevados preços do petróleo e os programas de substituição de combustíveis fósseis em países desenvolvidos e emergentes alimentam esta ambição, pois a maioria deles não dispõe dos recursos naturais necessários à produção em larga escala”, escreveu Sérgio Schlesinger em Cooperação e Investimentos Internacionais do Brasil: a internacionalização do etanol e do biodiesel, recentemente publicado pelo Núcleo Justiça Ambiental e Direitos da FASE .
O livro pretende suscitar um debate sobre as tendências, motivações, contradições e estratégias brasileiras no crescente papel de cooperação e de investimentos internacionais do Brasil nos países do Sul, em especial na América Latina e África, no que diz respeito à produção desses combustíveis. “São bastante conhecidos os problemas sociais e ambientais decorrentes da prática da monocultora para produção de agrocombustíveis em grandes propriedades no Brasil, a ser replicada agora em outros países". A publicação apresenta um breve mapeamento das iniciativas, projetos, países e atores envolvidos nessa questão.